Os poemas de Em trânsito têm uma delicada linha narrativa, uma nítida espinha dorsal, visível quando o leitor acompanha o olhar do poeta em seu trajeto cotidiano para o trabalho e de volta para casa, e em seus pequenos trajetos aleatórios: o que obtém é a percepção contundente da passagem do tempo, dos frágeis componentes da vida, da experiência humana. No caminho entre a casa e o trabalho o poeta recolhe cenas corriqueiras, como a draga escavando o leito do rio, os passageiros esperando o trem: são poemas que transmitem a consciência constante de estar no mundo em companhia - e de partilhar a experiência dessa travessia com a multidão de desconhecidos, uma multidão que de repente entra em foco: “um homem de casaco/ atravessa a rua/com seu cão [...] o que permanece dele em mim/ que atravesso a rua/ Para comprar pão?”. A beleza desses poemas toca especialmente o leitor urbano, que busca definir e reconhecer seu trajeto no mundo apesar da infinidade de referências que o cerca e comprime. A melancolia, contudo, não é a chave desse livro extraordinário. Porque, como afirma Francisco Alvim na orelha do livro, "A poesia é feita de paradoxos: de onde virá a alegria deste livro, o qual tem, apesar da matéria tratada, o frescor de certos crepúsculos; e da alvorada?".
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